Revista CEFAC
https://revistacefac.org.br/article/doi/10.1590/1982-0216/20232511022
Revista CEFAC
Comunicação Breve

Speech-language-hearing therapists’ perception of orofacial myofunctional changes in subjects with congenital Zika syndrome

Percepção dos fonoaudiólogos sobre alterações miofuncionais orofaciais em sujeitos com Síndrome Congênita pelo Zika Vírus

Paulo Naati Lopes Sobrinho; Manuela Leitão de Vasconcelos; Roberta Lopes de Castro Martinelli; Leandro de Araújo Pernambuco; Giorvan Ânderson dos Santos Alves

Downloads: 0
Views: 29

Abstract

Purpose: to investigate the profile of speech-language-hearing therapists from Northeastern Brazil assisting children presented with congenital Zika syndrome and their perception of these children’s orofacial myofunctional aspects and speech-language-hearing intervention procedures.

Methods: a cross-sectional observational study with quantitative/qualitative analysis. The data collection instrument was an online questionnaire with 34 items on the speech-language-hearing therapists’ sociodemographic information and perception of the study topic. The sample comprised 23 speech-language-hearing therapists from the nine Northeastern states.

Results: altogether, 96% of the sample were females. Most professionals had more than 3 years of experience with congenital Zika syndrome. Concerning stomatognathic system characterization, the professionals described a greater degree of change in aspects of orofacial muscle posture and mobility. Regarding oral functions, they perceived greater changes in speech and swallowing liquids and solid foods. There was a greater degree of change in masticating solids than in swallowing liquids.

Conclusion: most speech-language-hearing therapists in the research had a specialization degree, especially in dysphagia and oral-motor control. Most of them had more than 3 years of experience following up with children with congenital Zika syndrome, which indicates a satisfactory time working with this population to help identify orofacial myofunctional changes in them. The professionals stated that orofacial muscle posture and mobility, speech, and swallowing liquids and solid foods were the most changed aspects.

 

 

Keywords

 Child; Zika Virus; Microcephaly; Speech, Language and Hearing Sciences

Resumo

Objetivo: investigar o perfil e a percepção de fonoaudiólogos do Nordeste do Brasil, que atuam com crianças com Síndrome Congênita pelo Zika vírus, quanto aos aspectos miofuncionais orofaciais e aos procedimentos de intervenção fonoaudiológica.

Métodos: trata-se de estudo transversal, observacional, com análise quanti-qualitativa. O instrumento de coleta de dados tratou-se de um questionário on-line, que continha 34 questões abrangendo: dados sociodemográficos e questões voltadas para a percepção de fonoaudiólogos no que se refere ao assunto estudado. A amostra foi composta por 23 fonoaudiólogos dos nove estados do Nordeste.

Resultados: da amostra, 96% foram mulheres. A maioria dos profissionais apresentava mais de 3 anos de experiência com a Síndrome Congênita pelo Zika Vírus. Na caracterização do sistema estomatognático, os profissionais descreveram maior grau de alteração nos aspectos de postura e mobilidade da musculatura orofacial. Em relação às funções, observou-se maior percepção de alteração na fala e deglutição para líquido e sólido.

Conclusão: a maioria dos fonoaudiólogos da pesquisa possuem especialização, com destaque nas áreas de Disfagia e Motricidade Orofacial. Os profissionais afirmaram que a postura e mobilidade da musculatura orofacial são os aspectos mais alterados, assim como as funções de fala e deglutição de sólido e líquido.

Palavras-chave

Criança; Zika Vírus; Microcefalia; Fonoaudiologia

Referências

1. Henriques CMP, Duarte E, Garcia LP. Desafios para o enfrentamento da epidemia de microcefalia. Epidemiol. Serv. Saúde. 2016;25(1):7-10. https://doi.org/10.5123/S1679-49742016000100001.

2. Melo ASO, Malinger G, Ximenes R, Szejnfeld PO, Sampaio AS, Bispo de Filippis AM. Zika virus intrauterine infection causes fetal brain abnormality and microcephaly: tip of the iceberg? Ultrasound Obstet Gynecol. 2016;47(1):6-7. https://doi.org/10.1002/uog.15831. PMID: 26731034.

3. Araújo TVB, Rodrigues LC, Ximenes RAA, Miranda-Filho CB, Montarroyos UR, De Melo APL et al. Association between Zika virus infection and microcephaly in Brazil, January to May, 2016: preliminary report of a case-control study. Lancet Infect Dis. 2016;16(12):1356-63. https://doi.org/10.1016/S1473-3099(16)30318-8. PMID: 27641777.

4. Duarte G, Antonio FM, Timerman A, Fernandes CE, Mariani Neto C, Almeida Filho GL et al. Zika Virus infection in pregnant women and microcephaly. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. 2017;39(5):235-48. https://doi.org/10.1055/s-0037-1603450. PMID: 28575919.

5. Menezes HLS, Pacheco JN, Tomal NR, Guedes VR. Zika vírus associado à microcefalia. Rev Pato Tocantins. 2016;3(2):32-45.

6. Eickmann SH, Carvalho MDCG, Ramos RCF, Rocha MAW, Linden VVD, Da Silva PFS. Síndrome da infecção congênita pelo vírus Zika. Cad. Saúde Pública. 2016;32(7):e00047716. https://doi.org/10.1590/0102-311X00047716.

7. Moore CA, Staples JE, Dobyns WB, Pessoa A, Ventura CV, Da Fonseca EB. Characterizing the pattern of anomalies in congenital Zika syndrome for pediatric clinicians. JAMA Pediatrics. 2017;171(3):288-95. https://doi.org/10.1001/jamapediatrics.2016.3982. PMID: 27812690.

8. França TLB. Crescimento e desenvolvimento de crianças com microcefalia associado a Síndrome Congênita do Zika vírus no Brasil [dissertation]. Santa Cruz (RN): Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva; 2018.

9. Ministério da Saúde (BRASIL). Secretaria de Atenção à Saúde. Protocolo de atenção à saúde e resposta à ocorrência de microcefalia relacionada à infecção pelo vírus zika. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2016.

10. Ministério da Saúde (Brasil). Secretaria de Vigilância em Saúde. Vírus Zika no Brasil: a resposta do SUS. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2017b.

11. Frota LMCP. Crianças com síndrome congênita do zika vírus, aos 24 meses de idade: comorbidades, desenvolvimento motor grosso e percepção de mães e profissionais sobre a reabilitação [thesis]. Belo Horizonte (MG): Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional; 2019.

12. D’agostino ES. Alterações orofaciais em crianças com microcefalia associada à exposição fetal ao zika vírus [dissertation]. Salvador (BH): Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Odontologia Programa de Pós-Graduação em Odontologia e Saúde; 2018.

13. Nobrega NR. Padrão alimentar de crianças nascidas com microcefalia no Estado do Ceará [dissertation]. Fortaleza (CE): Universidade Federal do Ceará Fortaleza, Faculdade de Medicina; 2018.

14. Faria JBC, Feitosa ALF, Canuto MSB. Myofunctional orofacial findings in children with microcephaly. Distúrb. Comunic. 2020;32(3):462-9. https://doi.org/10.23925/2176-2724.2020v32i3p462-469.

15. Leite CN, Varellis MLZ. Microcefalia e a odontologia brasileira. Journal Health NPEPS. 2016;1(2):297-304.

16. Menezes PCB, Ponte YO, Girão DC, Vasconcelos AA, Martins LA, Cunha KAC et al. Síndrome congênita do Zika vírus - um novo desafio ao odontopediatra: uma revisão bibliográfica. REAS. 2020;12(3):e2544. https://doi.org/10.25248/reas.e2544.2020.

17. Carvalho IF, Alencar PNB, Carvalho de AD, Silva PGB, Carvalho DF, Araújo LS et al. Clinical and x-ray oral evaluation in patients with congenital Zika Virus. J. appl. oral sci. 2019;27:e20180276. https://doi.org/10.1590/1678-7757-2018-0276. PMID: 31116278.

18. ASHA. American Speech Language Hearing Association. Position statement on non-speech communication. 1991;23:577-81.

19. Alves LV, Cruz DDCS, Linden AMCV, Falbo AR, Mello MJG, Paredes CE et al. Epileptic seizures in children with congenital Zika virus syndrome. Rev. Bras. Saude Mater. Infant. 2016;16:S27-S31. https://doi.org/10.1590/1806-9304201600S100003.

20. Niemeyer B, Muniz BC, Gasparetto EL, Ventura N, Marchiori E. Síndrome congênita pelo vírus Zika e achados de neuroimagem: o que sabemos até o momento? Radiol Bras. 2017;50(5):314-22. https://doi.org/10.1590/0100-3984.2017.0098.

21. Wheeler AC, Ventura CV, Ridenour T, Toth D, Nobrega LL, Dantas LCSS et al. Skills attained by infants with congenital Zika syndrome: Pilot data from Brazil. PLoS One. 2018;13(7):e0201495. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0201495. PMID: 30048541.

22. Saad T, Penna e Costa AA, de Góes FV, de Freitas M, de Almeida JV, de Santa Ignêz LJ et al. Neurological manifestations of congenital Zika vírus infection. Childs Nerv Syst. 2018;34(1):73-8. https://doi.org/10.1007/s00381-017-3634-4. PMID: 29127595.

23. Duarte JS, Santos LOF, Sette GCS, Santos TFC, Alves FAlP, Coriolano-Marinus MWL. Necessidades de crianças com síndrome congênita pelo Zika vírus no contexto domiciliar. Cad. saúde colet. 2019;27(3):249-56. https://doi.org/10.1590/1414-462X201900030237.

24. Leal MC, Linden V, Bezerra TP, de Valois L, Borges ACG, Antunes MMC et al. Characteristics of dysphagia in infants with microcephaly caused by congenital Zika virus infection, Brazil, 2015. Emerg Infect Dis. 2017;23(8):1253-9. https://doi.org/10.3201/eid2308.170354. PMID: 28604336.

25. Marques RS, Vasconcelos EC, Andrade RM, Hora IAA. Achados clínicos faciais em bebês com microcefalia. Odonto. 2017;25(49):17-27.
 


Submetido em:
19/05/2022

Aceito em:
21/11/2022

65c50fb5a95395083f0edaf2 cefac Articles
Links & Downloads

Revista CEFAC

Share this page
Page Sections