Revista CEFAC
https://revistacefac.org.br/article/doi/10.1590/1982-0216/202224211121
Revista CEFAC
Artigos Originais

Scenario of access to speech therapy based on the profile of children and adolescents referred to primary care

Panorama do acesso à fonoaudiologia com base no perfil de crianças e adolescentes encaminhados na atenção básica

Júlia Roja Tavoni; Nubia Vianna; Ana Cláudia Fernandes

Downloads: 0
Views: 91

Abstract

Purpose: to analyze the profile and access of patients who need speech-language pathology care in a Primary Health Unit (UBS).

Methods: a descriptive analytical study, including data obtained from a spreadsheet with information provided by patients from May 2013 to February 2020. The following variables were analyzed: gender, age at referral, speech-language pathology complaint, year of referral, year of the first visit and service, and professional responsible for the health referral, speech therapy conduct after first visit, and outcome after therapy. Categorical variables were analyzed by means of frequency and numeric variables by measures of central tendency and dispersion. For inferential statistical analysis, the Mann-Whitney test was used, considering 5% as the significance level.

Results: in total, 171 individuals were referred, most were males, aged 4 to 6 years, with language complaints; 73.66% were referred by professionals from the UBS, mainly by pediatricians. After the speech-language pathology assessment, 27.49% were referred to the specialty. Among the 78 individuals who started speech-language therapy at the UBS, 24.36% were discharged and 32.05% were dismissed, due to absences. A statistically significant correlation was observed when analyzing data of waiting time and non-attendance at the first speech therapy visit.

Conclusion
: as it addresses a large part of the demands in Primary Care, speech-language pathology helps to increase solubility at this level of the health system. Lack of compliance is considered a barrier in service organization and in promoting access to other patients.

Keywords

Speech, Language, and Hearing Sciences, Primary Health Care, Treatment Adherence and Compliance, Health Service Accessibility

Resumo

Objetivo: analisar o perfil de crianças e adolescentes encaminhados à avaliação fonoaudiológica e caracterizar o acesso destes usuários a este atendimento em uma Unidade Básica de Saúde (UBS).

Métodos: estudo quantitativo descritivo-analítico, cujos dados foram obtidos de planilha com informações de usuários atendidos de maio/2013 a fevereiro/2020. Foi realizada análise descritiva das seguintes variáveis: sexo, idade na data do encaminhamento, queixa fonoaudiológica, ano do encaminhamento e do acolhimento, origem do encaminhamento, condutas pós-acolhimento e desfecho após terapia fonoaudiológica. As variáveis categóricas foram analisadas por meio de frequência e as variáveis numéricas por medidas de tendência central e dispersão. Para verificar a associação entre o tempo de fila de espera e o não comparecimento ao acolhimento fonoaudiológico, foi utilizado o teste de MannWhitney considerando 5% como nível de significância.

Resultados: foram encaminhados 171 casos, a maioria do sexo masculino, entre 4 e 6 anos, com queixas de linguagem; 73,66% foram encaminhados por profissionais da UBS, principalmente pelo pediatra. Após a avaliação fonoaudiológica, 27,49% foram encaminhados para a níveis mais complexos de atenção à saúde. Dentre os 78 que iniciaram fonoterapia na UBS, 24,36% tiveram alta e 32,05% foram desligados por faltas. Houve relação estatisticamente significante na análise dos dados de tempo de fila de espera e o não comparecimento ao acolhimento fonoaudiológico.

Conclusão: a atuação da Fonoaudiologia na Atenção Básica contribui com sua resolutividade, pois quando está presente neste nível do sistema de saúde, absorve grande parte das demandas.

Palavras-chave

Fonoaudiologia; Atenção Primária à Saúde, Cooperação e Adesão ao Tratamento; Acesso aos Serviços de Saúde

Referências

1. Molini-Avejonas DR, Mendes VLF. Atenção Básica - Atuação Fonoaudiológica no Núcleo de Apoio à Saúde da Família NASF. In: Marchesan IQ, Silva HJ, Tomé MC, editors. Tratado das Especialidades em Fonoaudiologia. 1aed. São Paulo: Guanabara Koogan; 2014. p. 1384-98.

2. Soleman C, Martins CL. The work of speech therapists under Support Center for Family Health (NASF) - specificities of primary care. Rev. CEFAC. 2015;17(4):1241-53.

3. Santos T, Oliveira J, Azevedo R, Penido C. O caráter técnico-pedagógico do apoio matricial: uma revisão bibliográfica exploratória. Physis: Revista de Saúde Coletiva [journal on the internet]. 2021 [accessed on 2022 Apr 11]; 31(3). Available at: https://doi.org/10.1590/S0103-73312021310316.

4. Nascimento CL, Nakamura HY. Speech, Language and Hearing Sciences in the SUS in São Paulo state. Distúrb. Comun. 2018;30(1):179-85.

5. Sousa M de FS de, Nascimento CMB do, Sousa F de OS, Lima MLLT de, Silva V de L, Rodrigues M. Evolution of speech-language pathologists supplied in Unified Health System (SUS) and in primary healthcare in Brazil. Rev. CEFAC. 2017;19(2):213-20.

6. Brasil Ministério da Educação. Portaria Interministerial no 45 de 12 de Janeiro de 2007 Dispõe sobre a Residência Multiprofissional em Saúde e a Residência em Área Profissional da Saúde e institui a Comissão Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde. Brasil: Diário Oficial da União. Brasília; 2007 p. 5.

7. Molini-Avejonas DR, Aboboreira MS, Inês M, Couto V. Inserção e atuação da Fonoaudiologia nos Núcleos de Apoio à Saúde da Família. Public Heal Speech, Lang Hear. 2014;26(2):148-54.

8. Assis MMA, de Jesus WLA. Acesso aos serviços de saúde: abordagens, conceitos, politicas e modelo de análise. Cienc e Saude Coletiva. 2012;17(11):2865-75.

9. Thiede M, Akewengo P, McIntyre D. Explorando as dimensões do acesso. In: McIntyre D, Mooney G, editors. Aspectos econômicos da equidade em saúde. 1st ed. Rio de Janeiro: FioCruz; 2014. p.137-61.

10. Travassos C, Castro M. Determinantes e desigualdades sociais no acesso e na utilização de serviços. In: Giovanella L, Escorel S, Lobato LDV, de Carvalho Noronha J, de Carvalho A, editors. Políticas e sistema de saúde no Brasil. Editora, Scielo Fiocruz; 2012. p.183-206.

11. Travassos C, Martins M. Uma revisão sobre os conceitos de acesso e utilização de serviços de saúde. Cad Saude Publica. 2004;20(suppl 2):S190-8.

12. De Geest S, Sabaté E. Adherence to long-term therapies: evidence for action. Eur J Cardiovasc Nurs. 2003;2(4):323.

13. Reiners A, Azevedo R, Vieira M, Arruda A. Bibliographic production about adherence/non-adherence to therapy. Ciênc. Saúde Coletiva. 2008;13(sppl 2):2299-306.

14. Prefeitura Municipal de Campinas. Protocolo de fonoaudiologia [Homepage on the Internet]. Secretaria de Saúde. 2019 [accessed on 2020 Feb 4]. p. 33. Available at: http://www.saude.campinas.sp.gov.br/saude/especialidades/fono/Protocolo_Fonoaudiologia.pdf

15. Medeiros ACV de, Lima MCMP. Caracterização da demanda fonoaudiológica em um Centro de Saúde no interior do estado de São Paulo. Revista Saúde. 2019;45(3):1-13.

16. Diniz RD, Bordin R. Demanda em Fonoaudiologia em um serviço público municipal da região sul do Brasil. Rev da Soc Bras Fonoaudiol. 2011;16(2):126-31.

17. Bittencourt AM De, Rockenbach SP. Perfil dos pacientes de Fonoaudiologia atendidos em uma Unidade Básica de Saúde. Rev Iniciação Científica da ULBRA. 2017;16 (1):78-87.

18. César A de M, Maksud SS. Caracterização da demanda de fonoaudiologia serviço público municipal de Ribeirão da Neves - MG. Rev. CEFAC. 2007;9(1):133-8.

19. Barros PM de L, Oliveira PN de. Perfil dos pacientes atendidos no setor de fonoaudiologia de um serviço público de Recife - PE. Rev. CEFAC. 2009;12(1):128-33.

20. Oliveira JTD. Possibilidades e limites da atuação fonoaudiológica frente à demanda das unidades básicas de saúde do município de Suzano-SP [Thesis]. Campinas (SP): Universidade Estadual de Campinas; 2017.

21. Hage SR de V, Faiad LNV. Perfil de pacientes com alteração de linguagem atendidos na Clínica de Diagnóstico dos Distúrbios da Comunicação - Universidade de São Paulo - Campus Bauru. Rev. CEFAC. 2005;7(4):433-40.

22. Caldeira H, Antunes S, Rossi-Barbosa L, Freitas D, Barbosa M, Caldeira A. Prevalence of speech disorders in children through screening test. Rev. CEFAC. 2013;15(1):144-52.

23. Bragança LLC, Lemos SMA, Alves CRL. Caracterização da fala de crianças de 4 a 6 anos de creches públicas. Rev. CEFAC. 2011;13(6):986-92.

24. Goulart BNG de, Chiari BM. Speech disorders and grade retention in elementary. Rev. CEFAC. 2014;16(3):810-6.

25. Silva LK, Labanca L. Identificação dos distúrbios da linguagem na escola. Rev Baiana Saúde Pública. 2014;16(6):1972-9.

26. Van Agt HME, Van Der Stege HA, De Ridder-Sluiter H, Verhoeven LTW, De Koning HJ. A cluster-randomized trial of screening for language delay in toddlers: effects on school performance and language development at age 8. Pediatrics. 2007;120(6):1317-25.

27. Back AB, Blasi HF, Paiva KM. Atuação fonoaudiológica na pré-escola : uma ação de promoção à saúde da criança Language intervention in preschool: an action in promotion of children's health. Distúrb. Comun. 2019;31(4):664-71.

28. Brasil. Ministério da Saúde. O SUS de A a Z: garantindo saúde nos municípios / Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde. - 3. ed. - Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2009.

29. Toassi RF. Interprofissionalidade e formação na saúde: onde estamos? 1ª edição. Porto Alegre: Rede Unida. 2017.

30. Menezes CM, Escalda J. Atuação fonoaudiológica em residência multiprofissional de saúde coletiva e primeira infância na Atenção Básica. X Congresso Internacional de Fonoaudiologia, Belo Horizonte, to 10 from October 12 2019.

31. Institute of Medicine (US) Committee on Monitoring Access to Personal Health Care Services; Millman M, editor. Access to Health Care in America. Washington (DC): National Academies Press (US); 1993.

32. Paro CA, Vianna NGL, Pinheiro MCM. Investigating the compliance with speech therapy service in the context of primary care. Rev. CEFAC. 2013;15(5):1316-24.
 


Submetido em:
24/01/2022

Aceito em:
28/06/2022

663aafc9a953954d284110a3 cefac Articles
Links & Downloads

Revista CEFAC

Share this page
Page Sections