Revista CEFAC
https://revistacefac.org.br/article/doi/10.1590/1982-0216/20222417421
Revista CEFAC
Artigos Originais

Hearing screening analysis in children exposed to the Zika virus

Análise da triagem auditiva de crianças expostas ao vírus Zika

Adriana Salvio Rios; Maria Elisabeth Lopes Moreira; Silvana Maria Monte Coelho Frota; Letícia Baptista de Paula Barros; Andrea Araujo Zin

Downloads: 0
Views: 65

Abstract

Purpose: to analyze the results of neonatal hearing screening examinations in newborns with and without microcephaly, exposed to the Zika virus, without other risk indicators for hearing loss, and verify the association between screening results, sample characteristics, and the gestational trimester when exposure took place.

Methods: a descriptive cross-sectional study. Subjects included in the study had no risk indicator for hearing loss other than microcephaly, and presented, along with their mothers, positive RT-PCR results, respectively at birth and during pregnancy. The transient evoked otoacoustic emission and brainstem auditory evoked potential examinations were applied by the researcher between March 2016 and December 2017. Newborns failed the screening when they failed at least one retest in at least one ear. The data were descriptively analyzed, using the Fisher exact test; p-values equal to or lower than 0.05 were considered significant.

Results: out of the 45 subjects, 30 (66.7%) were females, 6.7% were likely to have sensorineural hearing loss, with or without auditory neuropathy spectrum disorder - which was possibly present in only one ear of one of these three subjects. Failure in the screening was statistically significant in subjects with at least one of the congenital Zika syndrome characteristics and subjects with subcortical calcification and brain cortex thinning, macular chorioretinal atrophy with focal pigmentary mottling, and hypertonia with symptoms of extrapyramidal involvement. The gestational trimester of exposure was associated with screening results.

Conclusion: the responses in screening point to the possibility of hearing loss in newborns with and without microcephaly, whereas the presence of microcephaly was not significant to examination failures. Exposure in the first gestational trimester indicated a possible relationship with screening failures.

Keywords

Newborn, Hearing Loss, Zika Virus, Microcephaly, Congenital Abnormalities

Resumo

Objetivo: analisar os resultados dos exames de triagem auditiva neonatal de recém-nascidos sem e com microcefalia expostos ao vírus Zika, que não apresentaram outros indicadores de risco para deficiência auditiva e verificar a associação entre o resultado da triagem, as características da amostra e o trimestre gestacional em que ocorreu a exposição.

Métodos: estudo descritivo de corte transversal. Fizeram parte do estudo sujeitos sem indicadores de risco para deficiência auditiva, com exceção da microcefalia, cujas mães apresentaram na gestação o exame RT-PCR positivo e sujeitos que tiveram o RT-PCR positivo, ao nascimento. Os exames de Emissões Otoacústicas Transientes e Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico foram aplicados, pela pesquisadora, entre março de 2016 e dezembro de 2017. O recém-nato foi considerado reprovado na triagem quando apresentou falha em pelo menos um reteste, em ao menos uma orelha. Os dados foram analisados de forma descritiva e utilizando-se o teste estatístico exato de Fisher, p valor menor ou igual a 0,05 foi considerado significante.

Resultados: dos 45 sujeitos, 30 (66,7%) eram do sexo feminino, 6,7% apresentaram a probabilidade de alteração do tipo sensorioneural, com ou sem espectro da neuropatia auditiva e somente um dentre esses três sujeitos apresentou uma das orelhas com chance do espectro da neuropatia auditiva, isoladamente. A falha na triagem foi estatisticamente significativa, nos sujeitos que apresentavam pelo menos uma característica da Síndrome da Zika Congênita e nos sujeitos com calcificação subcortical com afilamento do córtex cerebral, atrofia coriorretiniana macular com moteado pigmentar focal e hipertonia com sintomas de envolvimento extrapiramidal. Houve associação do trimestre gestacional da exposição com o resultado de triagem.

Conclusão: as respostas verificadas pela triagem apontam para a possibilidade de alteração auditiva em recémnascidos sem e com microcefalia, onde a presença da microcefalia não foi significante para falha nos exames. A exposição no primeiro trimestre gestacional indicou uma possível relação com falhas na triagem.

Palavras-chave

Recém-Nascido; Perda Auditiva; Zika virus; Microcefalia; Anormalidades Congênitas

Referências

1. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. [homepage on the internet]. PNS 2013: Em dois anos, mais da metade dos nascimentos ocorreram por cesariana. [accessed 2018 Aug 10]. Available at: https://censo2010.ibge.gov.br/noticias-censo.html?busca=1&id=1&idnoticia=2965&t=pns-2013-dois-anos-mais-metade-nascimentos-ocorreram-cesariana&view=noticia. 2013.

2. Sígolo C, Lacerda CBF. Da suspeita à intervenção em surdez: caracterização deste processo na região de Campinas/SP. J Soc Bras Fonoaudiol. 2011;23(1):32-7.

3. Yoshinaga-Itano C, Sedey AL, Coulter DK, Mehl AL. Language of early- and later-identified children with hearing loss. Pediatrics. 1998;102(5):1161-71.

4. Bicas RdS, Guijo LM, Delgado-Pinheiro EMC. Oral communication and auditory skills of hearing impaired children and adolescents and the speech therapy rehabilitation process. Rev. CEFAC. 2017;19(4):465-74.

5. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. [homepage on the internet]. Diretrizes de Atenção da Triagem Auditiva Neonatal. 2012, 32p. [accessed 2018 Aug 10]. Available at: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_atencao_triagem_auditiva_neonatal.pdf.

6. Lewis DR, MaroneI SAM, Mendes BCA, Cruz OLM, Nóbrega M. Multiprofessional committee on auditory health - COMUSA. Braz J Otorhinolaryngol. 2010;76(1):121-8.

7. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. [homepage on the internet]. Protocolo de atenção à saúde e resposta à ocorrência de microcefalia relacionada à infecção pelo vírus Zika. 2015. [accessed 2018 Aug 10]. Available at: http://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2015/12/PROTOCOLO-SAS-MICROCEFALIA-ZIKA-dez-15.pdf.

8. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. [homepage on the internet]. Protocolo de atenção à saúde e resposta à ocorrência de microcefalia. 2016. [accessed 2018 Set 19]. Available at: http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2016/janeiro/22/microcefalia-protocolo-de-vigilancia-e-resposta-v1-3-22jan2016.pdf.

9. Fandino-Cardenas M, Idrovo AJ, Velandia R, Molina-Franky J, Alvarado-Socarras JL. Zika virus infection during pregnancy and sensorineural hearing loss among children at 3 and 24 months post-partum. J Trop Pediatr. 2019;65(4):328-35.

10. Borja A, Loiola AG, Araújo RPC. Triagem auditiva em crianças expostas ao Zika vírus durante a gestação. Rev Ciênc Méd Biol. 2017;16(3):271-6.

11. Silva MFA, Araújo FCM. Triagem auditiva em crianças expostas ao vírus Zika. II Congresso Brasileiro de Ciências da Saúde. Paraíba: Editora Realize; 2017.

12. Microcephaly Epidemic Research Group. Microcephaly in infants, Pernambuco State, Brazil, 2015. Emerg Infect Dis. 2016;22(6):1090-3.

13. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. [homepage on the internet]. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Atenção humanizada ao recém-nascido de baixo peso: Método Canguru: manual técnico. 2 ed. 2013, 204p. [accessed 2018 Aug 10]. Available at: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_humanizada_recem_nascido_canguru.pdf.

14. Moore CA, Staples JE, Dobyns WB, Pessoa A, Ventura CV, Fonseca EB et al. Characterizing the pattern of anomalies in congenital Zika syndrome for pediatric clinicians. JAMA Pediatr. 2017;171(3):288-95.

15. GN Otometrics. MADSEN AccuScreen Dispositivo de triagem OAE & ABR: manual do utilizador. 2015. [accessed 2018 Aug 10]. Available at: https://partners.natus.com/asset/resource/file/otometrics/asset/2018-09/7-50-0920-BR_11.PDF.

16. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. [homepage on the internet]. Protocolo de vigilância e resposta à ocorrência de microcefalia e/ou alterações do sistema nervoso central (SNC). 2016, 60p. [accessed 2018 Aug 10 2018]. Available at: http://combateaedes.saude.gov.br/images/sala-de-situacao/Microcefalia-Protocolo-de-vigilancia-e-resposta-10mar2016-18h.pdf.

17. Julander JG, Siddharthan V, Park AH, Preston E, Mathur P, Bertolio M et al. Consequences of in utero exposure to Zika virus in offspring of AG129 mice. Sci Rep. 2018;8(1):9384.

18. Marques Abramov D, Saad T, Gomes-Junior SC, de Souza ESD, Araujo I, Lopes Moreira ME et al. Auditory brainstem function in microcephaly related to Zika virus infection. Neurology. 2018;90(7):e606-e14.

19. Leal MC, Muniz LF, Caldas Neto SD, van der Linden V, Ramos RC. Sensorineural hearing loss in a case of congenital Zika virus. Braz J Otorhinolaryngol. 2016;86(4):513-5.

20. Leal MC, Muniz LF, Ferreira TSA, Santos CM, Almeida LC, Linden VVD et al. Hearing loss in infants with microcephaly and evidence of congenital Zika virus infection - Brazil, November 2015-May 2016. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2016;65(34):917-9.

21. Brasil P, Pereira JP Jr., Moreira ME, Ribeiro Nogueira RM, Damasceno L, Wakimoto M et al. Zika virus infection in pregnant women in Rio de Janeiro. N Engl J Med. 2016;375(24):2321-34.

22. Pan American Health Organization (PAHO). Epidemiological alert: neurological syndrome, congenital malformations, and Zika virus infection. Implications for public health in the Americas. Washington D. C.: Pan American Health Organization; 2015.

23. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. [homepage on the internet]. Orientações integradas de vigilância e atenção à saúde no âmbito da Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional: procedimentos para o monitoramento das alterações no crescimento e desenvolvimento a partir da gestação até a primeira infância, relacionadas à infecção pelo vírus Zika e outras etiologias infeciosas dentro da capacidade operacional do SUS. 2017, 158p. [accessed 2018 Aug 10]. Available at: http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2016/dezembro/12/orientacoes-integradas-vigilancia-atencao.pdf.

24. Chimelli L, Avvad-Portari E. Congenital Zika virus infection: a neuropathological review. Childs Nerv Syst. 2018;34(1):95-9.

25. Stewart DL, Mehl A, Hall 3rd JW, Thomson V, Carroll M, Hamlett J. Universal newborn hearing screening with automated auditory brainstem response: a multisite investigation. J Perinatol. 2000;20(8 Pt 2): S128-31.

26. Padilha C, Garcia MV, Costa MJ. Diagnosing cochlear "dead" regions and its importance in the auditory rehabilitation process. Rev Bras Otorrinolaringol. 2007;73(4):556-61.

27. Lewkowicz DJ. Review: perceptual development in human infants. Am J Psychol. 2000;113(3):488-500.

28. Schuler-Faccini L, Ribeiro EM, Feitosa IML, Horovitz DDG, Cavalcanti DP, Pessoa A et al. Possible association between Zika virus infection and microcephaly - Brazil. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2016;65(3):59-62.
 


Submetido em:
16/09/2021

Aceito em:
15/03/2022

66393581a95395326d7de035 cefac Articles

Revista CEFAC

Share this page
Page Sections